A obesidade de infância, popularmente conhecida como obesidade infantil, caracteriza-se pelo excesso de peso entre bebês e crianças com até 12 anos. A última pesquisa do IBGE indicou que, no Brasil, uma a cada três crianças estão acima do peso. O quadro é preocupante pois a obesidade de infância pode trazer complicações para a vida adulta também.
“Para ser considerada obesa, a criança deve pesar 15% a mais do que a média para sua idade e altura”, indica Rogerio Franze, professor de Educação Física que trabalha na academia Ecofit e atua há X anos com crianças. “Crianças que estão apenas acima do peso e ainda não são obesas, ou seja, que pesam até 15% a mais do que a média, também estão em risco e devem reverter esse quadro o quanto antes a fim de evitar problemas mais graves”, afirma.
Os riscos decorrentes da obesidade de infância são diversos. Dentre os mais preocupantes, podemos destacar o risco de desenvolver diabetes, dificuldades respiratórias, pressão alta, colesterol alto, distúrbios do sono e problemas hepáticos. Complicações psicológicas como depressão e baixa autoestima também podem surgir se o quadro não for tratado.
Quais são as principais causas da obesidade de infância?
Muitos são os fatores que podem desencadear a obesidade de infância. Os principais são:
- Alimentação desregulada;
- Sedentarismo,
- Fatores genéticos.
A combinação desses três fatores é bastante comum e pode ser ainda mais prejudicial para a saúde da criança, mas felizmente os dois primeiros podem ser evitados.
Ademais, a obesidade infantil também pode surgir devido a condições médicas como problemas hormonais ou até mesmo ao uso de medicamentos que possuem corticoides.
De acordo com Rogerio Franze, “embora a obesidade em crianças possa ter influência genética, nem todas as mães e pais obesos irão gerar filhos com a mesma condição”. Ela diz, ainda, que “mães e pais dentro do peso também podem ter filhos obesos e, nesses casos, o problema geralmente provém da má alimentação e falta de atividades físicas na rotina da criança”.
Veja o que fazer em casos de obesidade de infância
Quando isolamos fatores genéticos, condições médicas e uso de medicamentos que fazem engordar, a alimentação e os exercícios físicos são os únicos fatores que determinam o surgimento da obesidade. Atentar-se a esses dois aspectos, portanto, é a melhor forma de livrar a criança da doença e prevenir complicações maiores por toda a sua vida.
Assim, é de extrema importância atuar nessas duas frentes e, abaixo, você confere algumas dicas de como agir em casos de obesidade de infância.
1. Alimentação saudável e equilibrada
O primeiro passo para a cura da obesidade em crianças é uma alimentação saudável e equilibrada:
São os pais que compram e geralmente preparam a comida de seus filhos e, por isso, eles desempenham um papel fundamental no combate à obesidade infantil. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença. Carnes podem ser grelhadas ao invés de fritas, legumes e verduras devem compor uma boa parte do prato em cada refeição e doces industrializados podem ser substituídos por frutas. Refrigerantes e sucos de caixinha? Crianças devem ficar longe deles!
Algumas dicas de nutrição:
- Alimentos integrais são melhores do que os refinados;
- Bolachas, biscoitos, chocolates e refeições prontas contém uma grande quantidade de açúcar e, portanto, devem ser consumidos apenas de vez em quando;
- As bebidas mais indicadas são os sucos naturais e, é claro, a água, que ajuda a hidratar o corpo e também contribui para a perda de peso.
2. Prática diária de atividades físicas
De nada adianta manter uma alimentação equilibrada e não praticar atividades físicas. Só há uma forma saudável de perder peso: fazendo exercícios.
“Com o advento da tecnologia, muitas crianças passam horas na frente do videogame e do computador e simplesmente deixam de se movimentar como deveriam”, conta Rogério. O profissional afirma que as crianças não precisam deixar a tecnologia de lado, mas devem conciliar os dois tipos de atividade e não deixar de praticar exercícios.
Atividades físicas não somente ajudam a queimar calorias, o que combate diretamente a obesidade de infância, mas também contribuem para o fortalecimento dos músculos e dos ossos nessa fase tão importante do desenvolvimento, além de regular o sono e melhorar o humor.
Incentivar as atividades físicas durante a infância traz benefícios não somente nessa primeira fase de vida, mas também encoraja a criança a manter esses hábitos saudáveis na adolescência e na fase adulta. Quem pratica exercícios físicos desde pequeno tem muito mais chances de se tornar um adulto saudável.
É recomendável exercitar-se todos os dias por pelo menos uma hora. Todas as atividades são válidas, desde as “brincadeiras” como pega-pega e esconde-esconde até aulas de futebol, dança ou academia.